L a p t o p N O N S T O P é uma pequena tournée de três concertos a acontecer em três cidades portuguesas: Lisboa, Setúbal e Porto. Em comum, o facto de todos os músicos usarem o laptop como instrumento de criação sonora ou visual.
Mais informação sobre os performers em: Granular + Crónica
[ em associação com o festival mundial de música tocada em computador portátil: Hip Chips ]
#1 – 07/05 ZDB. Lisboa 19:00/02:00 (7h nonstop)
Vítor Joaquim, Miguel Carvalhais, Pedro Tudela, Carlos Santos, Emidio Buchinho, João Hora e Pedro Almeida.
#2 – 11/05 Forum Luisa Todi. Setúbal 21:30
Vítor Joaquim, Carlos Santos, Carlos Zingaro, Emídio Buchinho e João Hora.
#3 – 14/05 Universidade Católica. Porto 21:30
Vítor Joaquim, Miguel Carvalhais, Pedro Tudela, Carlos Santos, Carlos Zingaro, Pedro Almeida, Álvaro Barbosa e João Cruz.
«Qualquer músico acústico está ciente disso por estes dias: para que a execução de um instrumento, ou de um grupo de instrumentos, se torne num evento, ou seja, tenha um carácter de festa ou cerimónia comunitária, é necessário que algum equipamento electrónico lhe dê essa projecção, mediante o conjunto de um sistema de microfonia e amplificação, uma misturadora e pelo menos um par de colunas de som mais monição. Amplificar é sinónimo de tornar público, como se sabe desde que foi salientada a importância do «sound system» na Jamaica dos anos 1950 e tal mensagem se espalhou pelos Estados Unidos, pelas ilhas britânicas e depois por toda a parte onde houvesse uma tomada de electricidade. Tocar ao vivo significa, desde então, contar com os préstimos de um PA, o meio que permitiu a efectiva socialização da música. A tecnologia evoluiu, com os primeiros sintetizadores deixámos de separar os mundos da produção e da reprodução sonora, os grandes computadores de parede foram diminuindo de tamanho, surgiram o conceito de «sampling», que consiste, basicamente, em fazer um som a partir de outro som que lhe pré-exista, e a síntese, esta acrescentando novos sons à natureza. Até que chegámos, finalmente, à era do laptop, um pequeno mas todo-poderoso produtor e reprodutor de sons e simultaneamente instrumento e «sound system», dado que pode ter a sua própria mesa de mistura virtual e até, à escolha do utilizador, um «set» de altifalantes. O novo utensílio personalizou-se, ficou com o tamanho suficiente para se transportar numa mochila às costas, mas ao mesmo tempo ganhou dimensão colectiva, ou, como assinalou a compositora electroacústica Laurie Spiegel, tornou-se num instrumento folk. O festival planetário Hip Chips comemora essa vertente comunal – dezenas, centenas, milhares talvez de laptops em funcionamento concertado pelo mundo, tal como acontece com a computação em rede de tantos e tantos anónimos em vários continentes que recolhe dados do espaço e os envia para a NASA – e os concertos portugueses Laptop Non-Stop têm como propósito tornar local uma acção pensada globalmente: com esta iniciativa uma coisa é certa, os computadores portáteis não serão usados para actividades estatais e corporativas, mas como utensílios de liberdade social.»
Rui Eduardo Paes
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